Figura 08. Matriz com cria. Rancho Dourado
          Figura 07. Matrizes da raça Pêga, Fazenda. Stª. Edwiges, Lagoa Dourada, MG.
Entretanto, além do trabalho de melhoramento genético realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Jumentos Pêga, pode ocorrer um avanço significativo no desenvolvimento da raça ao longo das próximas décadas, com pesquisas dentro de um Programa de Melhoramento Genético da Raça Pêga, com o acompanhamento do desempenho dos reprodutores e matrizes e do desenvolvimento ponderal de seus descendentes, em parcerias com Universidades, Instituições de Pesquisas e criadores.
 
Pode-se, portanto, estabelecer uma programação, com metodologia científica, o acompanhamento dos índices zootécnicos, tanto dos jumentos, quanto de seu produto nobre, os muares marchadores, que cada vez mais vêm conquistando novos adeptos em diversas regiões brasileiras.
 
Os criadores, orientados pela Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga, selecionam suas matrizes e reprodutores conforme normas técnicas da entidade. Os animais passam por um rigoroso exame de seleção desde o nascimento até a idade de reprodução (Figuras 07 e 08). 
  Figura 06. Nomenclatura simplificada do exterior do jumento Pêga.
Na Figura 06 observa-se o exterior do jumento através de uma nomenclatura simplificada, visando um melhor entendimento do fenótipo dos animais.
Na origem do jumento da raça Pêga admite-se uma mescla do tronco étnico Africanus com o Europeus, devido à influência de reprodutores das raças Italiana, Andaluza e Egípcia. Na tabela 1 pode ser observado o tronco étnico que deu origem ao jumento Pêga.
Figura 05. Fazenda do Engenho Grande, Lagoa Dourada, MG.
O jumento Pêga raramente recebe uma alimentação inadequada. Normalmente é um animal muito bem cuidado, cercado de afagos de seus proprietários, portanto sua alimentação é infinitamente superior à recebida pelo jumento Nordestino. O Pêga não tem a jornada de trabalho extenuante, muito pelo contrário, vive em instalações confortáveis e limpas. É um animal criado exclusivamente para produção de novos reprodutores e também, para a produção dos muares marchadores, que têm, assim como os jumentos Pêga, seu reconhecido valor comercial em todo o território nacional, diferentemente dos muares e jumentos Nordestinos que, em princípio, não são devidamente valorizados nem comercialmente e nem como animais prestadores de serviços. O jumento Pêga é um animal grande, de porte elegante, altivo e que, desde a formação da raça, tem reconhecido potencial genético para andamento marchado.
 
Os animais da raça Pêga têm diversidade na pelagem, que pode ser: pelagem Pêlo-de-Rato, Ruã e Ruça, sempre com a faixa crucial e a listra de burro. Observa-se, também pelagens exóticas, como a Pampa e a Preta, que não são reconhecidas oficialmente pela Associação Nacional dos Criadores de Jumento Pêga-ABCJP, porque a faixa crucial e a listra de burro não aparecem, estando, portanto, fora dos padrões raciais. Entretanto, os muares pretos e pampas oriundos desses reprodutores, no cruzamento com éguas, são muito procurados e valorizados comercialmente.
 
Em relação aos jumentos da raça Pêga, são criados em todo território brasileiro, sendo a raça preferida no cruzamento com éguas de diversas raças existentes no Brasil para a produção de muares para os mais variados serviços no meio rural e urbano, gerando assim, muito postos de trabalho no processo de criação, seleção e utilização da raça.
 
O jumento Pêga, desde a formação da raça em Entre Rios e Lagoa Dourada, Minas Gerais, na Fazenda do Engenho Grande (Figura 30), vem sendo selecionado para melhoria de seu fenótipo e também de seu potencial genético, onde são selecionados os animais que transmitam aos seus descendentes as características de resistência, agilidade, rusticidade, temperamento dócil, inteligência e precocidade. Transmite também aos muares as características singulares tais como: vivacidade, docilidade, brio, resistência, rusticidade, longevidade, e principalmente o andamento marchado de tríplice apoio, cômodo e macio (ABCJPEGA, 2004).
         Figura 04. Jumento Pêga servindo de montaria, Vale do Jequitinhonha, MG.
Origem do jumento Pêga
 
O jumento da raça Pêga é considerado originário dos jumentos portugueses, possuindo traços do jumento egípcio. Segundo Torres & Jardim (1992), o melhoramento da raça Pêga foi iniciado pelo Padre Manoel Maria Torquato de Almeida, que tinha um antigo rebanho de jumentos, na fazenda do Cortume, município de Entre Rios, MG, em 1810. Esse rebanho passou, em 1847, ao Cel. Eduardo Jose de Resende, em Lagoa Dourada, MG, onde o trabalho de melhoramento continua até hoje. Em virtude do longo tempo de isolamento, sem receber sangue estranho, a raça é bastante uniforme. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) também participou do aperfeiçoamento da raça Pêga na Fazenda Experimental de Santa Mônica, em Juparanã, Rio de Janeiro (Figura 29).
Muares
Todos os direitos reservados 2013
 
Web Designer: Gabriel Caldas